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PMDB abrirá mão de ministérios com a redução do número de cargos
30 de março de 2015 17:02
PMDB abrirá mão de ministérios com a redução do número de cargos

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) “está sensibilizada” com o projeto de seu partido de reduzir o número de ministérios e afirmou que, se essa decisão for tomada, o PMDB abrirá mão das pastas que vierem a ser extintas para permitir a reforma. “O PMDB está propondo a redução no número de ministérios e a presidente Dilma está sensibilizada nesse sentido”, afirmou Temer, ao responder a um empresário do ramo de imóveis do Secovi (Sindicato da Indústria da Construção Imobiliária) de São Paulo, reunido com eles para ouvir palestra do vice-presidente sobre o atual momento da política brasileira. Temer disse, no entanto, que é necessário fazer estudos para se saber se a redução de ministérios implicará efetivamente em redução de custos para o País. Segundo o vice presidente, poderia haver um enxugamento de ministérios, como o da Infraestrutura abrigando as Secretarias de Portos e Aeroportos, e a Secretaria de Direitos Humanos abrangendo a Secretaria de Igualdade Racial, como exemplo. “Não sei se vamos gastar menos com isso ou se vamos apenas juntar estruturas sem cortar os gastos. É preciso estudar isso melhor”, considerou. Para ele, o PMDB está disposto a entregar ministérios caso haja redução. O governo tenta emplacar alguns projetos, mas sofre a oposição do PMDB. No entanto, para Temer, o partido “está colocando uma pauta própria”, o que, de acordo com ele, “é natural”. “Os projetos do governo têm sido aprovados pelo Congresso. O que tem acontecido é que o Congresso está colocando uma pauta própria, o que é natural. Nós temos que respeitar a decisão do Legislativo. O governo governa com o apoio do Legislativo. Agora, os temas do governo, embora aperfeiçoados no Congresso, têm sido aprovados. Não há nenhum embaraço quanto a isso”, pontuou. CRIAÇÃO DO PL Sobre a recriação do PL, Michel Temer não vê a interferência do governo no processo. “Com toda a lealdade, não foi uma coisa boa (a criação do PL). Não é útil para o País. Poderíamos ter um número menor de partidos. A preocupação é porque o PL está sendo criado para se juntar a outro partido (PSD). A criação de partidos é livre, mas a criação para se juntar a outro é que eu acho inadequado. Não posso dizer que o governo está se empenhando nisso”, revelou o vice-presidente. O PMDB estuda uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pode dar ao Legislativo a prerrogativa de indicar cargos no Ministério Público e até no STF (Supremo Tribunal Federal), caso a presidente não o faça. “Primeiro acho que o Congresso precisa discutir essa matéria. Sou obediente às decisões do Congresso. Agora acho que isso ensejará um diálogo muito produtivo entre o Executivo e o Legislativo de modo que o Executivo possa definir os nomes com maior rapidez. Essas coisas que aparentemente podem criar dificuldades para o Executivo podem facilitar a atuação do Executivo. O Executivo pode agilizar as nomeações”, opinou o peemedebista sobre a proposta de seu partido. Para ele, o risco é que isso pode ferir a convivência entre os poderes. “Pode levantar esse problema e ter contra-argumento jurídico de que isto pode vulnerar a relação entre os poderes. É uma questão jurídica, que tem argumentos para os dois lados”. Ao falar como estava vendo a queda de braço entre o Congresso e o governo no que se refere ao indexador para a dí- vida dos Estados, Temer disse que o diálogo em torno do assunto continua. “Essa é uma questão financeira. Fiz um jantar do ministro Levy (ministro da Fazenda, Joaquim Levy) com o Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) na segunda feira à noite e esse diálogo continuou. Espero que a Câmara tenha estabelecido um prazo para essa regulamentação, as conversas continuam e acho que vamos chegar a um bom termo. Nós vamos encontrar uma fórmula para solucionar os problemas dos Estados e municípios, naturalmente sem alterar as linhas básicas do governo”. REFORMA POLÍTICA Os empresários do sindicato das imobiliárias paulistas se mostraram preocupados com a crise política, sobretudo após as manifestações do dia 15 de março. O presidente do Secovi/SP, Cláudio Bernardes, disse que ela estava levando o setor empresarial à “perigosa letargia”. Já Romeu ChapChap disse que as autoridades precisavam ter humildade para entender o recado das ruas. Michel Temer disse que o governo está ouvindo o povo e que está preocupado em investigar a corrupção. “Não estamos deixando nada debaixo do tapete”, disse Temer. Para ele, a crise mostra a necessidade de fazer uma reforma política ampla. “A reforma tem que ser feita este ano, porque no ano que vem tem eleição e não faremos a reforma política. Ela tem que ser feita este ano. O povo quer isso e ficará decepcionado com a classe política caso ela não o faça agora”, disse Temer, que defende o “distritão”, o fim da reeleição, e mandato de cinco anos para presidente, para haver a coincidência de eleições de quatro em quatro anos.


Correio do Estado






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