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Lacerda assume o comando temporário do PSD em MS
02 de julho de 2015 17:15
Lacerda assume o comando temporário do PSD em MS

O PSD de Mato Grosso do Sul tem novo presidente com a saída do ex-senador Antonio João Hugo Rodrigues. Por indicação dos irmãos, deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) e primeiro suplente de deputado federal Fábio Trad (ex-PMDB) assumiu o comando do partido o advogado Antonio Cezar Lacerda Alves. Lacerda é ligado ao Fábio desde a campanha para presidência da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil). Depois Lacerda coordenou a campanha que elegeu Fabio para deputado federal, o assessorou na Câmara dos Deputados e hoje estão juntos na mesma banca de advocacia. A permanência de Lacerda na presidência será temporária. Ele espera a aprovação da abertura de janela na reforma política para Marquinhos Trad deixar o PMDB e assumir o comando partidário sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade. Um dos motivos que levou o ex-senador a deixar a presidência é o fato de o PSD apoiar nacionalmente a presidente Dilma Rousseff. “Me sinto constrangido com o PSD apoiar a presidente Dilma na bancada federal. Algumas vezes eu conversei com o Kassab (Gilberto Kassab, ministro das Cidades e líder máximo do partido do País) e ele pediu para deixar resolver isso depois da eleição”, explicou. O fundador nacional e regional do PSD, Antonio João afirmou que, a partir de agora, se afasta da política partidária e irá dedicar-se ao Grupo Correio do Estado e à vida pessoal. “Vou virar um cidadão comum, sem envolvimento político partidário. Vou trabalhar muito no Correio do Estado, cuidar da minha família. Acompanhar o governador Reinaldo Azambuja em alguns locais. Estou livre, leve e solto. Vou aproveitar um bocado de ano que ainda tenho de vida útil para viver. Nasci trabalhando. Agora vou descansar um pouquinho”, explicou. Antonio João deixa a presidência do partido com sensação de dever cumprido. “Politicamente dentro do meu partido cumpri tudo aquilo que eu queria cumprir, culminando com a eleição do Azambuja, que nós ajudamos muito. O PSD foi extremamente útil na coligação que elegeu o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja”, afirmou o ex-senador que, apesar de não ter “levado” as eleições do ano passado, se sente vitorioso. “Eu não disputei o Senado, não fiz campanha para senador, fiz campanha para a desconstrução da campanha do senador Delcídio do Amaral para a eleição do Azambuja. Ganhamos a eleição”. Os vereadores da bancada do PSD na Câmara Municipal de Campo Grande, Chiquinho Telles, Coringa e Delei Pinheiro foram surpreendidos com a notícia e não pouparam palavras para elogiar o trabalho do ex-presidente à frente da legenda. “Recebi a notícia com muita tristeza. Seria bom se o PSD continuasse nas mãos do Antonio João. Ele criou o partido que, sem ele, perde a identidade, a cara do partido. Ele foi arrojado. Nada contra Lacerda”, diz o Chiquinho. Ainda de acordo com o vereador, nunca um partido em Campo Grande elegeu, na primeira vez que disputou as eleições, três vereadores. “O partido nasceu vivo de verdade. Não é que estão tirando ele do partido, ele está cansado. Agora vamos tocar o barco. Enquanto muitos candidatos transferem o título pra virar candidato aqui, Antonio João nasceu aqui, ele tem a cara de Campo Grande. Antonio João se afasta como presidente do partido, e não do partido”, enfatizou. Delei Pinheiro também demonstrou surpresa e gratidão ao colega partidário. “Fiquei surpreso. Eu estava contente com a forma que o PSD vinha conduzindo os nossos passos políticos. Espero que o presidente Antonio João nos convoque e nos informe o que aconteceu”. A pedido dos vereadores, o ex-senador deve se manifestar em breve. “Vou mandar uma carta dizendo que deixei o partido. E que vou estar sempre aplaudindo as ações deles”, destacou Antonio João. “Antonio João contribui e contribuiu muito como presidente do partido. Estou muito triste, mas espero uma posição oficial, que até agora vimos somente pelas redes sociais. Aguardamos também uma reunião do atual presidente com a diretoria municipal e estadual para começar a pensar no futuro do partido”, afirmou. “Marquinhos vem para o partido como presidente ou como candidato do partido?”, questionou o vereador Coringa ao enfatizar expectativa de que Marquinhos venha como presidente e não o doutor La cerda. “Vamos aguardar a abertura da janela. Caso o Marquinhos não venha para o PSD, qual a proposta de Lacerda para o partido?” Publicamente insatisfeito dentro do PMDB, Marquinhos já vem articulando sua migração para o PSD visando as eleições de 2016. O PSD garante a Marquinhos, uma legenda muito forte para ele ser o candidato a prefeito, segundo Antonio João, “que é o que ele quer”. “Marquinhos lidera as pesquisas de preferência à Prefeitura de Campo Grande e não só o PSD, mas qualquer outra legenda gostaria de tê-lo no partido, inclusive o PMDB”, disse o vereador Delei . Lacerda assumiu a presidência ciente da sua missão temporária. “Já não vale mais o diretório antigo. Podemos ir para qualquer lugar, menos para o PT que está podre”, disse Antonio João ao ressaltar a indicação de Lacerda. Ontem pela manhã, fiz reunião com Fabio e Marquinhos Trad e falei que o presidente novo ia ter que assumir o partido. Como eu estava saindo, não poderia indicar. Doutor Lacerda é advogado ligado ao Fabio Trad. Marquinhos vem para assumir o controle do partido e não precisa ser presidente para isso”. E para registrar o início de um novo ciclo, Antonio João usou a famosa frase: “Estou livre, leve e solto”. O ex-senador agora pretende desfrutar do que construiu ao longo dos 60 anos de trabalho. “Tenho que dedicar o resto da minha vida pra mim”.


Correio do Estado






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