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Sem “janela” para trocar de partido, parlamentares têm planos frustrados
03 de agosto de 2015 17:02
Sem “janela” para trocar de partido, parlamentares têm planos frustrados

O projeto político de lideranças de Mato Grosso do Sul está sendo construído com base em dispositivo da legislação eleitoral que ainda não foi e nem deve ser aprovado, a chamada janela partidária. É este instrumento que vai permitir que vereadores e deputados troquem de legenda para disputar a eleição em 2016 sem correr o risco de ter os mandatos questionados na Justiça, caso não saiam vitoriosos. No entanto, aqueles que antes davam como certa a aprovação da janela, hoje já não estão esperançosos com a brecha para mudança, porque elementos como a Operação Lava Jato e a crise no governo Dilma Rousseff alteraram o quadro político. As graves denúncias e a má fase de Dilma respingam diretamente nos maiores partidos do Brasil: PT e PMDB. Diante deste cenário, lideranças das duas legendas não exergam com bons olhos a aprovação de lei que dê chance para debandada de filiados. Além da força das bancadas no Congresso, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado são comandados por peemedebistas - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDBAL), respectivamente -, ambos com poder de articução para derrubar projetos, como já foi demonstrado em votações anteriores, e contam, ainda, com apoio governista para engavetar a medida. Se a janela não vingar, dois deputados estaduais ficam reféns de seus partidos: Marquinhos Trad (PMDB) e Beto Pereira (PDT). Os parlamentares vêm anunciando a pretensão de se abrigar em outras agremiações. Marquinhos diz abertamente que a troca será feita para viabilizar sua candidatura à Prefeitura de Campo Grande em 2016; Beto ainda não anunciou nenhum plano para a sucessão municipal, mas, nos bastidores, comenta-se que a briga dele com o presidente regional do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira, aconteceu justamente porque ambos querem encabeçar chapa pedetista na Capital. Como só há espaço para um e Dagoberto, como presidente, tem nas mãos o poder de conduzir os rumos do partido, Beto afirma estar de saída. BATALHA JUDICIAL Sem a aprovação da janela, PMDB e PDT podem requerer à Justiça Eleitoral a perda dos cargos dos deputados. O Tribunal considera a saída sem justificativa infidelidade partidária, no entanto, prevê que legisladores podem efetuar a troca nos casos de “incorporação ou fusão do partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário ou grave discriminação pessoal”. PMDB e PDT asseguraram que pedirão na Justiça os mandatos de quem sair. Por isso, Marquinhos, que há tempos troca farpas com seu partido, anunciou que, desde o início do ano, elabora peça a ser apresentada comprovando a “grave discriminação pessoal” que sofreria dentro do PMDB e, assim, poderia deixar a legenda sem ser punido com a perda da cadeira na Assembleia Legislativa. Hoje, mais do que nunca, é interessante para Marquinhos estar em outro partido, porque, no Estado, a Operação Lama Asfáltica revelou desvios milionários e superfaturamento de obras no período em que o partido dele estava no comando do Estado e prefeitura da Capital. Já Beto Pereira passou a se estranhar recentemente com o PDT, desde que Dagoberto foi eleito presidente, em junho. O deputado federal não falou sobre brigar pelo mandato de Beto na Justiça, mas já declarou que o destituirá da liderança da bancada na Assembleia e aplicou a mesma medida judicial a um vereador de Aparecida do Taboado.


Correio do Estado






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