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PF prende Delcídio por tentar comprar o silêncio de Cerveró
26 de novembro de 2015 18:21
PF prende Delcídio por tentar comprar o silêncio de Cerveró

Suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e arquitetar plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio do Amaral (PT) é o primeiro senador preso na história do País. Em megaoperação, nas primeiras horas da manhã de ontem (25), a Polícia Federal cumpriu mandado de prisão na casa do senador, em Brasília, além de realizar busca e apreensão no escritório político e na casa dele, em Campo Grande. Segundo a denúncia encaminhada pela ProcuradoriaGeral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), Delcídio prometeu fazer lobby para libertar Cerveró, que está preso em Curitiba, e propôs sua fuga para a Espanha, em troca do silêncio do ex-diretor sobre envolvimento do senador no recebimento de propinas oriunda do esquema bilionário de desvios da estatal. A oferta incluía, ainda, pagamento de mesada no valor de R$ 50 mil para Cerveró. (Leia mais abaixo) Também foram presos nesta fase da Lava Jato o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e André Esteves, só- cio do banco BTG Pactual, suspeito de financiar o acordo. A prisão do advogado do ex-diretor da empresa, Edson Ribeiro, foi pedida, mas não concretizada porque ele estaria nos Estados Unidos. Pela manhã, quatro agentes da PF vasculharam o escritório do petista, localizado na Rua Antônio Maria Coelho, e saíram levando malote de documentos. Da casa dele, no Jardim Bela Vista, foi levada quantia em dólares, cujo valor não foi revelado. Horas antes, foi necessário acionar um chaveiro para abrir as fechaduras do imóveis e dois cofres. O trabalho foi acompanhado por representantes do Ministério Público Federal, enquanto a banca de advogados de Delcídio na Capital se dividiu para supervisionar a busca - Valeriano Fontoura seguiu para a casa do senador e Jail Azambuja esteve no escritório, mas não puderam entrar sob alegação de que deveriam apresentar procuração para tanto. A tentativa de Delcídio para encobertar seu envolvimento no esquema do Petrolão foi descoberta em áudio gravado por conta própria pelo filho de Cerveró, entregue no dia 18 à PGR. Depois de ouvirem a gravação, feita no dia 4 de novembro, os procuradores começaram a preparar os pedidos de prisão. Segundo a Procuradoria, Delcídio prometeu a Alessi Brandão e Bernardo Cerveró influenciar em julgamentos no STF para ajudá-lo. O petista disse que falaria com o vicepresidente da República, Michel Temer (PMDB), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para influenciar o Supremo. Na ocasião, ele garantiu também o pagamento de ao menos R$ 50 mil mensais e honorários de R$ 4 milhões a Ribeiro, na tentativa de calar o ex-diretor da área Internacional da Petrobras. O objetivo de Delcídio, de acordo com as investigações, era evitar que Cerveró firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público; ou que, caso fizesse a delação, não citasse o nome dele e do banqueiro Esteves.


Correio do Estado






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