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Campanha engessada e sem dinheiro limita candidatos
22 de setembro de 2016 20:01
Campanha engessada e sem dinheiro limita candidatos

Já na fase final, a campanha eleitoral deste ano tem sido totalmente atípica em relação às anteriores. Foram raras as presenças de cabos eleitorais fazendo bandeiradas pelas ruas, santinhos espalhados pelo chão da cidade, propaganda eleitoral gratuita demorada e produção “hollywoodiana”. A reforma eleitoral trouxe mudanças significativas na cultura política a partir deste pleito, até mesmo engessando a postura dos candidatos. Athayde Nery (PPS), candidato à Prefeitura de Campo Grande, ressalta que uma grande perda nesta caminhada foi a liberdade de divulgar os projetos. “Existe um exagero na questão daquilo que não se pode fazer de mobilidade do candidato”. Prova disso é que está proibida a presença de todos em feiras e no comércio. Quem frequentou esses lugares foi multado pela Justiça Eleitoral. Os candidatos só podem andar na rua e pedir voto de porta em porta.

O excesso de crítica do eleitor também é um ponto forte deste certame. “Este é um momento em que está todo mundo muito atento. Tanto que aumenta o número de indecisos contundentes. Tem que ter um rigor físico. Se o eleitor está indignado com a questão da corrupção, tem que transformar isso em algo absolutamente rigoroso. Há de se analisar não só o candidato, mas os partidos políticos que estão em volta, se tem ligação com a Lama Asfáltica, Coffee Break, Petrolão, Lava Jato. O Brasil está sendo passado a limpo”, ponderou Athayde. A questão financeira é outro ponto determinante. Sem poder contar com doações de empresas, muitos estão tendo dificuldades para conseguir patrocinar sua campanha. Há candidatos a vereador, por exemplo, que nem sequer tinham dinheiro para imprimir seus santinhos e foram pedir ajuda aos mais próximos. O candidato a prefeito Coronel David (PSC) foi um dos muitos que tirou dinheiro do próprio bolso para investir no seu projeto, além de contar com a ajuda do irmão e da esposa. “Não estou tendo recursos satisfatórios. Por isso, tenho apostado naquelas pessoas que estão indecisas e que pretendem votar nulo ou branco. Preciso pensar em uma nova forma de me aproximar do cidadão e também mudar essa imagem ruim que foi arquitetada pelos próprios políticos da figura dos representantes do povo.” Mas, para Marcelo Bluma (PV), também candidato ao Executivo municipal, o fator dinheiro é algo positivo. “Eu avalio que o fim do financiamento empresarial foi importante, até porque diminuiu aquela gastança maluca que se via nas eleições. Por outro lado, a mudança na distribuição do tempo prejudicou demais os pequenos partidos. Chegamos ao cúmulo, no programa eleitoral, de partidos terem quatro segundos. É uma loucura. Eu sou daqueles que consideram favorável haver campanhas com o pé mais no chão, menos dinheiro.” Com apenas dez minutos de propaganda eleitoral obrigatória majoritária no ar e o restante do tempo distribuí- do entre a programação das emissoras de televisão e rádio, ficou difícil para o eleitor até mesmo gravar o número do candidato. “A ideia das inserções foi boa. O problema é que, na distribuição das inserções, ficou extremamente injusta. Enquanto os partidos maiores têm 40 aparições por dia, existe partido que tem uma. É muito pouco. Eu, por exemplo, tenho três. É uma covardia, se você comparar com um que tem 30. Faz uma diferença muito grande na cabeça do eleitor que avalia pela visibilidade. No quesito proporcionalidade do tempo, demos muitos passos para trás”, avaliou.

Já na fase final, a campanha eleitoral deste ano tem sido totalmente atípica em relação às anteriores. Foram raras as presenças de cabos eleitorais fazendo bandeiradas pelas ruas, santinhos espalhados pelo chão da cidade, propaganda eleitoral gratuita demorada e produção “hollywoodiana”. A reforma eleitoral trouxe mudanças significativas na cultura política a partir deste pleito, até mesmo engessando a postura dos candidatos. Athayde Nery (PPS), candidato à Prefeitura de Campo Grande, ressalta que uma grande perda nesta caminhada foi a liberdade de divulgar os projetos. “Existe um exagero na questão daquilo que não se pode fazer de mobilidade do candidato”. Prova disso é que está proibida a presença de todos em feiras e no comércio. Quem frequentou esses lugares foi multado pela Justiça Eleitoral. Os candidatos só podem andar na rua e pedir voto de porta em porta.

O excesso de crítica do eleitor também é um ponto forte deste certame. “Este é um momento em que está todo mundo muito atento. Tanto que aumenta o número de indecisos contundentes. Tem que ter um rigor físico. Se o eleitor está indignado com a questão da corrupção, tem que transformar isso em algo absolutamente rigoroso. Há de se analisar não só o candidato, mas os partidos políticos que estão em volta, se tem ligação com a Lama Asfáltica, Coffee Break, Petrolão, Lava Jato. O Brasil está sendo passado a limpo”, ponderou Athayde. A questão financeira é outro ponto determinante. Sem poder contar com doações de empresas, muitos estão tendo dificuldades para conseguir patrocinar sua campanha. Há candidatos a vereador, por exemplo, que nem sequer tinham dinheiro para imprimir seus santinhos e foram pedir ajuda aos mais próximos. O candidato a prefeito Coronel David (PSC) foi um dos muitos que tirou dinheiro do próprio bolso para investir no seu projeto, além de contar com a ajuda do irmão e da esposa. “Não estou tendo recursos satisfatórios. Por isso, tenho apostado naquelas pessoas que estão indecisas e que pretendem votar nulo ou branco. Preciso pensar em uma nova forma de me aproximar do cidadão e também mudar essa imagem ruim que foi arquitetada pelos próprios políticos da figura dos representantes do povo.” Mas, para Marcelo Bluma (PV), também candidato ao Executivo municipal, o fator dinheiro é algo positivo. “Eu avalio que o fim do financiamento empresarial foi importante, até porque diminuiu aquela gastança maluca que se via nas eleições. Por outro lado, a mudança na distribuição do tempo prejudicou demais os pequenos partidos. Chegamos ao cúmulo, no programa eleitoral, de partidos terem quatro segundos. É uma loucura. Eu sou daqueles que consideram favorável haver campanhas com o pé mais no chão, menos dinheiro.” Com apenas dez minutos de propaganda eleitoral obrigatória majoritária no ar e o restante do tempo distribuí- do entre a programação das emissoras de televisão e rádio, ficou difícil para o eleitor até mesmo gravar o número do candidato. “A ideia das inserções foi boa. O problema é que, na distribuição das inserções, ficou extremamente injusta. Enquanto os partidos maiores têm 40 aparições por dia, existe partido que tem uma. É muito pouco. Eu, por exemplo, tenho três. É uma covardia, se você comparar com um que tem 30. Faz uma diferença muito grande na cabeça do eleitor que avalia pela visibilidade. No quesito proporcionalidade do tempo, demos muitos passos para trás”, avaliou.


Correio do Estado






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