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Bernal admite não ter dinheiro para pagar parcela do 13º
08 de dezembro de 2016 12:19
Bernal admite não ter dinheiro para pagar parcela do 13º

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), admitiu ontem à imprensa, durante solenidade para prestação de contas sobre as finanças, que parte do pagamento do 13º salário dos 22 mil servidores públicos municipais pode ficar para janeiro. “Vamos viabilizar ainda este ano, se não o pagamento, os recursos estarão disponíveis mais tardar na primeira quinzena de janeiro”, disse o prefeito, ressaltando que a folha do abono soma montante de R$ 100 milhões. Apesar da apresentação de dezenas de planilhas e gráficos sobre a situação econômico-financeira do município até outubro deste ano, nem o prefeito nem a equipe técnica da atual administração conseguiram detalhar no evento quanto de fato será deixado em caixa para o prefeito eleito, Marcos Trad (PSD), em 2017. Sem detalhar valores, Bernal afirmou que deixará a prefeitura para o sucessor em melhor condição do que recebeu de Gilmar Olarte (Pros). “Vamos deixar saneada e com caixa suficiente para as despesas do mês”, destacou. O prefeito ainda ressaltou o fato de a Capital ter boa capacidade de endividamento, na casa dos 14%, e ter disponíveis recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade, Pavimentação e convênio com banco internacional. Já a avaliação da equipe do próximo prefeito é um pouco diferente do cenário otimista desenhado por Bernal. Para o economista e integrante da equipe de transição do prefeito eleito, Pedro Pedrossian Neto, o que se viu da apresentação foi um quadro de elevação de despesas, em que as receitas têm uma certa dificuldade, e sobretudo um ano de 2017 em que haverá um problema de recuperação econômica. Com um deficit nas contas públicas de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões por mês, pontuou, ainda será preciso analisar os números em detalhe, por causa dos restos a pagar. “O que está claro nessa apresentação é que a prefeitura não tem mais aquele saldo, aquele fluxo de caixa necessário para honrar as despesas. Hoje, as receitas são produzidas naquele mesmo mês em que você vai ter que fazer as despesas, então acaba com o conforto que antes se tinha na administração”, completou. DEFICIT Enquanto a cifra identificada até o momento pela equipe de transição do governo municipal é de até R$ 30 milhões por mês, conforme o economista Pedro Pedrossian Neto, o secretário municipal de Receita e Planejamento e também componente da equipe de transição do prefeito atual, Disney Fernandes, alega que a definição do montante ainda depende do fechamento de algumas fontes de receita e de restos a pagar.

“A situação financeira de Campo Grande é bastante delicada. Nós estamos com algumas fontes de arrecadação, que é o IPTU [antecipado] de 2017 e o programa de conciliação fiscal. De acordo com essa receita, nós vamos priorizar os pagamentos de décimo terceiro e de fornecedores. Mas não tem como precisar isso agora”, comentou o secretário. A expectativa, explicou Fernandes, é amenizar as despesas da prefeitura com o IPTU antecipado. “Com a arrecadação do IPTU, em fevereiro de cada ano, eu já tinha resolvido o problema de dezembro daquele ano. Mas em função [de a prefeitura] ter perdido essa capacidade, isso não ocorre mais. O IPTU agora resolve as folhas e compromissos para trás”, destacou. Pedro Pedrossian Neto disse que, por enquanto, não se sabe qual será a adesão do contribuinte ao pagamento antecipado. “O ideal seria que o IPTU do ano que vem fosse pago na nossa gestão, no ano que vem, mas isso não é matéria para a gente polemizar politicamente”, completou.


Correio do Estado






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