Uma multidão de “Andrezistas” fez a festa com o líder do PMDB neste sábado (2). O exgovernador André Puccinelli chegou à convenção estadual do partido no seu Fiat Uno vermelho, como sempre. Do carro, saiu o “vovorista”, rodeado pela cúpula peemedebista. O homem de camisa comprida e seu já “cansado” sapato preto liderou a caminhada até o evento que lhe daria a presidência regional da sigla. Pelo caminho, uma incansável sucessão de fotos e selfies. Todos queriam chegar perto do dono do grito “André, André”.

Era a primeira vez em que ele se reunia com seus militantes após o episódio de sua prisão, na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, batizada de Papiros da Lama. A detenção da Polícia Federal foi responável por adiar o encontro com os correligionários, marcado há duas semanas. Por isso, até mesmo a música escolhida para embalar a cerimônia do início ao fim passava a mensagem dos militantes. A letra “Tá Escrito”, do Grupo Revelação, traz trechos com as frases “Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer”, “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé” e “Sua hora vai chegar”.

Quem participou do evento sentia que o partido inteiro queria abraçá-lo, na vontade de demonstrar o carinho e, por que não, até a paixão pela figura do ex-governador. André foi carregado nos braços e sentiu a acolhida de quem não o abandona. O cacique do PMDB ficou emocionado em vários momentos, mas se mostrou inabalável e pronto para dar seu nome à legenda, se preciso. “O partido falará por nós quem será o candidato. Eu sou soldado do partido. Não sou o único, mas um dos [candidatos]. A única certeza é de que o PMDB terá candidatura própria”, afirmou ele. Esta é a primeira vez em que o ex-governador sinaliza a possibilidade de concorrer às eleições de 2018. Nos bastidores, ele confirmou que sairá candidato a governador. André foi exaltado por todos os políticos que usaram a palavra. “Cada um aqui veio para dizer ‘volta André’. Hoje vocês estão lavando a nossa alma”, resumiu o deputado estadual Paulo Siufi.

O pedido de retorno do ex-governador foi feito durante e entre vários discursos. Até mesmo quando André deu uma breve pausa na fala, ouviu uma militante gritar sozinha “Volta, André”. Em seu disurso final, o ex-governador convocou a militância para acompanhá lo. “Nada é impossível. Nada nos detém. Só será possível se você querer também”.

AGREGADOR

Ao todo, 16 partidos compareceram à convenção estadual do PMDB. Esse número é reflexo do trabalho feito pelo ex governador em suas gestões. “Fizemos uma política municipalista e todos começaram a copiar. Atendemos todos os prefeitos, independentemente de legenda partidária. Temos de governar para o povo, e não para partido”, ressaltou.

O respeito que ele adquiriu durante o período em que administrou Campo Grande e Mato Grosso do Sul mostra o tamanho da sua força de agregador. À frente da sigla, ele será responsável pelas alianças na coordenação da campanha do ano que vem