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Queda nos juros não chega ao consumidor
08 de dezembro de 2017 12:06
Queda nos juros não chega ao consumidor
Taxa básica Selic baixou para 7% ao ano, atingindo mínima histórica

A taxa Selic atingiu sua mínima histórica nesta quartafeira, ao chegar a 7% ao ano, em decisão unânime e esperada pelo mercado. Os juros médios cobrados pelos bancos, porém, seguem distantes de seus menores níveis. Essa diferença deve ficar ainda maior em fevereiro, sinalizou o Banco Central, quando haverá novo corte, mesmo que seja em ritmo menor, caso seu cenário básico para a economia evolua conforme o esperado. “Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária”. Para explicar a diferença entre a trajetória da Selic e os juros cobrados do consumidor, os bancos usam como principal argumento o aumento do calote em decorrência da recessão. Isso tem sido válido para as empresas, mas, nos empréstimos pessoais, a justificativa não vale. O exemplo mais expressivo é o do juro cobrado em empréstimos pessoais. Em outubro, dado mais recente do Banco Central, a taxa estava em 132% ao ano, para uma inadimplência de 8%. Chama atenção, no entanto, que no piso, em novembro de 2012, o juro era de 66,3% e a inadimplência de 8,8%. No caso das empresas, as taxas médias subiram acompanhando a alta dos calotes. A taxa em outubro era de 23,3%, para inadimplência de 5,2%. Em dezembro de 2012, quando atingiu a sua mínima, a taxa era de 18,7% e o calote de 3,6%. Além da inadimplência, o custo de manter uma estrutura bancária, exigências regulatórias do Banco Central e a elevada incidência de impostos – a tributação sobre o lucro chega a 45% – também são citados pelos bancos como fatores que mantêm os juros elevados, a despeito da queda da Selic. CONCENTRAÇÃO Para especialistas, porém, o motivo para a diferença pode estar na concentração do setor bancário no País – as cinco maiores instituições financeiras detêm 70% dos ativos totais do mercado. “Há uma forte concentração de crédito pelos principais bancos, logo, não seria difícil intuir que há um acordo tácito em manter os juros elevados para o consumidor”, diz João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho. José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, concorda.  “A inadimplência sempre faz parte, é maior ou menor dependendo do ciclo, mas pesa menos do que a participação do lucro nesse spread”. O spread bancário é a diferença entre a taxa de juros que o banco capta e a que ele empresta. Para Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, os bancos têm pouca concorrência e o consumidor não tem muito para onde ir se quiser barganhar taxa de empréstimo.

Correio do Estado






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