A Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou nesta terça-feira
(16) que existem 80 mil doses da vacina contra febre amarela no estoque
estadual, e por isso, apesar de nenhum caso da doença ser confirmado, é
recomendável que a população se imunize caso não tenha tomado a vacina
recentemente.
Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz, a febre amarela é uma
doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores.
Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou
os mesmos são muito fracos.
As primeiras manifestações da doença são
repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular,
náuseas e vômitos por cerca de três dias.
A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve
período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer
insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados),
manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados
se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
De acordo com a gerente técnica de doenças endêmicas da secretaria
estadual de Saúde, Livia de Mello Maziero, a questão do abastecimento
estadual está sob controle. “As doses são suficientes. Boa parte da
população já foi imunizada e todos os municípios que solicitaram foram
abastecidos”.
A profissional complementa as explicações informando que antes era
preciso tomar a vacina a cada dez anos e agora, basta apenas uma dose
para ficar imunizado pela vida toda. "A vacinação é recomendada para
maiores de 9 meses e menores de 60 anos", complementa.
PREOCUPAÇÃO NACIONAL
Nesta terça-feira (16), a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a
considerar todo o estado de São Paulo como área de risco de febre
amarela. Mato Grosso do Sul faz divisa com o estado a partir de Três
Lagoas, Bataguassu, Anaurilândia, Batayporã, Brasilândia, Selvíria e
Aparecida do Taboado.
Foram confirmadas 21 mortes por febre amarela naquele estado desde
janeiro de 2017. Agora, a OMS recomenda a vacina para todos os viajantes
que vão para qualquer cidade paulista, inclusive a capital.
ESCLARECIMENTO
Em 2017, seis macacos foram encontrados mortos em Mato Grosso do Sul,
mas os resultados foram negativos para a doença. Os primatas foram
encontrados em Corumbá (2), Dourados (1), Ladário (1) e Campo Grande
(2),
“É importante que as pessoas saibam que se encontrarem um primata
morto não devem mexer no animal e precisam imediatamente procurar a
secretaria municipal de Saúde”, explicou a gerente técnica de zoonoses
da Secretaria Estadual de Saúde, Stephanie Lins.
O último caso registrado de febre amarela em humanos em Mato Grosso
do Sul foi em 2015. No entanto, foi um caso “importado”, de um homem do
Paraná, que contraiu a doença fora de Mato Grosso do Sul, mas ficou
sintomático durante passeio em Bonito e acabou falecendo. Antes dele,
houve registro de febre amarela apenas em 2010, no município de Corumbá,
no Pantanal.