Isadora Williams é a primeira sul-americana a se classificar
na modalidade
Há quatro anos, nervosismo, erros e a última colocação na
patinação artística individual. Mas nada como o tempo para sarar certas
feridas. Um ciclo olímpico depois, Isadora Williams cresceu, amadureceu e, aos
22 anos, fez história na Gangneung Ice Arena. Ontem, tornou-se a primeira
sul-americana a se classificar para uma final olímpica da modalidade. Terminou
o programa curto na 17ª colocação e, na noite de hoje, disputa o programa livre
com outras 24 atletas. O sentimento, ela explica: “Foi uma redenção de Sochi.
Em 2014, eu terminei no 30º lugar. Agora, fazendo 10 pontos
a mais que Sochi [na verdade, 15 pontos a mais – 40.37 x 55.74], foi muita
alegria. É o momento do meu sonho. Olimpíada é o auge da carreira de qualquer
patinadora. Tenho muito orgulho de representar a bandeira brasileira”, disse
Isadora, que ainda tentava acreditar no que havia feito. Em sua primeira
Olimpíada, com apenas 18 anos, Isadora sentiu o peso e o tamanho dos jogos.
Na Rússia, amargou a
última posição entre 30 patinadoras, com a nota 40.37. Mas a menina cresceu,
virou mulher e enfrentou sua segunda Olimpíada, dessa vez em PyeongChang, na
Coreia do Sul. Não teve medo, se apresentou confiante e arrebatou os juízes e a
torcida. Alcançou a melhor nota da sua carreira: 55.74. “Em Sochi, eu não fui
bem e fiquei muito triste depois da apresentação. Minha nota foi muito boa
aqui, foi a minha melhor da temporada.
Eu treinei mais, os elementos são mais difíceis. Estou mais
madura, mais experiente. As outras meninas estão muito fortes.” E dessa vez,
Isadora, que nasceu nos Estados Unidos, mas é filha de uma brasileira, contou
com uma torcida de peso na Gangneung Ice Arena. Mãe, pai e irmã, todos juntos,
marcaram presença pela primeira vez em Jogos Olímpicos.
Alexa, Charlie e Sophia se emocionaram e viram a menina de
22 anos ganhar aplausos – e ursinhos – das arquibancadas. Isadora chegou a
fazer uma “vaquinha” na internet para arrecadar fundos para trazer o pai para a
Coreia.
Conseguiu juntar algum dinheiro, mas não o suficiente. O
jeito foi “quebrar o porquinho” e utilizar as economias da família Williams
para ter a torcida completa. Pelo visto, valeu a pena. “Essa é a primeira vez
que toda a minha família vem à Olimpíada. É um momento muito especial da minha
vida, ainda mais com eles aqui”, disse.