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Veranico castiga milho e afeta 50% da produção de MS
11 de maio de 2018 11:22
Veranico castiga milho e afeta 50% da produção de MS
Algumas regiões do Estado estão há 45 dias sem chuva
Veranico registrado desde abril em Mato Grosso do Sul permanece castigando as principais regiões produtoras de milho safrinha do Estado e já compromete 50% da produção de propriedades situadas no centro-sul, de acordo com cenário relatado pela Associação de Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-MS). A situação de estresse hídrico levou a entidade a revisar o índice de produtividade da safra deste ano, baixando o índice de 80 sacas por hectare para 75 sacas por hectare. De acordo com o presidente da Aprosoja, Juliano Schmaedecke, a situação da região norte, em municípios como São Gabriel do Oeste e Sonora, pode ser considerada mais confortável, enquanto o centro-sul está em condições críticas, com mais de 45 dias sem chuvas. “As regiões de solo mais fraco estão sendo mais penalizadas e aquelas onde o solo é mais estruturado estão aguentando dentro do que é possível, mas, a cada dia sem chuvas, o produtor perde em produtividade. Há a previsão de que uma frente fria entre neste fim de semana no Estado, mas de baixa intensidade. A nossa expectativa é de que ela venha e ajude a reduzir um pouco as perdas em razão da seca”, comentou. Ainda conforme o dirigente da associação de produtores, há oito equipes do Siga em campo, percorrendo o Estado, e as situações encontradas são extremas. “Há lavouras onde não compensa mais passar máquina, com perdas severas, não reversíveis, e outras em bom desenvolvimento”, pontuou. Entre os locais mais atingidos, estão plantações situadas em Maracaju, Dourados, Amambai e Ponta Porã. “Há regiões com bastante prejuízo. Temos casos de propriedades onde 50% da produção foi comprometida, dependendo da fase em que a seca pegou”, afirmou. IMPACTO Na avaliação de Juliano Schmaedecke, a situação de quebra de produtividade da safrinha já havia sido vivenciada pelo produtor sul-matogrossense duas safras atrás e, embora neste ano o quadro seja de menor intensidade, o diferencial foi a antecipação da seca. “Normalmente, temos esse veranico em maio, com dias mais curtos e quentes e noites mais longas e frias, e esse veranico em abril pegou o milho em uma situação bem sensível”, pontuou. Por outro lado, nesta safra o produtor tem a seu favor as cotações do milho, o que, segundo o presidente da Aprosoja, ajudará a compensar as perdas da produção. O valor pago pela saca está em R$ 32, “lembrando que não conseguimos atingir a média de R$ 20 na safra passada”. Resta agora aguardar a melhora das condições climáticas – o impacto da estiagem prolongada sobre a produção só deve ser estimado pela Aprosoja após a segunda quinzena deste mês, quando estão previstas chuvas no Estado. Hoje, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há previsão de pancadas de chuva no sudoeste do Estado, com nebulosidade variável, e possibilidade de pancadas de chuva a partir da tarde nas demais área. CONAB A produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul deverá ter queda de 7,5% na safra 2017/2018, recuando de 9,60 milhões de toneladas para 8,88 milhões de toneladas, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área plantada da cultura também terá redução (-4%), passando de 1,75 milhão de hectares para 1,68 milhão de hectares. A produtividade projetada para o milho safrinha é de 5.260 quilos por hectare, índice 3,7% inferior ao do ciclo anterior, de 5.460 quilos por hectare. De acordo com o levantamento, a expectativa de redução de área ocorreu principalmente pelas questões referentes à instabilidade do mercado, assim como a desvalorização do preço do milho ao longo dos meses do planejamento do plantio (novembro, dezembro, janeiro e fevereiro). Outro fator destacado pela Conab é o impacto da falta de chuvas sobre a lavoura, numa fase considerada crítica, por determinar o potencial produtivo da cultura. A companhia alerta que “a estiagem nas regiões produtoras varia desde 20 até 40 dias sem precipitações significativas”, “a maioria das lavouras do Estado já estão com estresse hídrico e, caso as chuvas não se normalizem no início de maio, haverá uma grande quebra da produtividade das lavouras”.  Em relação à incidência de pragas, com o veranico, estão ocorrendo muitos ataques de lagarta do cartucho, principalmente nas lavouras convencionais, e complexo de percevejos nas fases iniciais do desenvolvimento vegetativo. Em alguns municípios, houve replantio de parte das lavouras em razão do ataque dos percevejos. Sobre a situação de incidência de pragas constatada pela Conab, a Aprosoja informa que, “em cenário de estresse hídrico, as lagartas ficam de mais difícil controle, demandando um maior uso de defensivos; mas o produtor está com sua assistência técnica na propriedade, atuando naquilo que for preciso”. SAFRA A produção total de grãos em Mato Grosso do Sul deve alcançar 18,89 milhões de toneladas na safra 2017/2018, aumento de 0,6% em relação ao ciclo anterior, conforme a Conab. A estimativa de área também teve aumento (1,3%), passando de 4,44 milhões para 4,49 milhões de hectares. Quanto à produtividade, houve decréscimo de 0,7%, de 4.229 quilos por hectare para 4.200 quilos por hectare.

Correio do Estado






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